Governo da Bahia nomeia ex-detento para presídio e recua após críticas
O governador da Bahia admitiu que não leu o currículo antes da nomeação
O governo da Bahia anunciou nesta quinta-feira (5) a anulação da indicação de Sátiro Sousa Cerqueira Júnior, 40 anos, para um cargo de diretoria em um presídio. A decisão veio após a repercussão negativa de que Sátiro foi preso em 2019 por homicídio qualificado por motivo fútil.
Como diretor-adjunto no Conjunto Penal de Salvador, Sátiro teria um salário de R$ 11 mil e a responsabilidade de auxiliar na gestão da prisão, colaborando para a organização, manutenção da ordem e segurança da unidade. Ele desempenharia essas funções enquanto cumpre sua pena em liberdade.
O ex-detento foi preso em flagrante após atirar em um vizinho durante uma discussão sobre som alto, em Salvador. O Ministério Público do estado pediu a prisão provisória na audiência de custódia.
Sátiro não chegou a ser condenado, portanto, sua nomeação não foi ilegal, de acordo com as regras do concurso. Apesar da legalidade, a indicação recebeu críticas pelo fato de um ex-detento com processo judicial em aberto, atuar justamente no sistema penitenciário. A anulação foi publicada uma semana depois no Diário Oficial.
O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), afirmou que ordenou a exoneração assim que soube do histórico de Sátiro. “Demitimos hoje, não há problema. Todas as vezes sempre filtro, tem um filtro sobre isso, nas nomeações. Sempre que tiver isso, nós vamos corrigir. E foi demitido hoje”, respondeu a jornalistas.
O petista também admitiu que não analisa pessoalmente os currículos de futuros servidores. “Quem passou para mim errou e eu confiei, já pedi ao secretário, também passaram para ele olhar o currículo. Toda vez que acontecer, espero que não aconteça mais, mas se acontecer todas as vezes eu vou voltar atrás e vou dizer não, eu não aceito”, concluiu.