ONU alerta para aumento alarmante da violência contra crianças em zonas de conflito: quase 12 mil mortos ou mutilados em 2024
A Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou nesta sexta-feira (21/6) seu relatório anual sobre crianças e conflitos armados, revelando um aumento de 25% nas violações graves contra menores em comparação com o ano anterior.
Em 2024, ao menos 11.967 crianças foram mortas ou mutiladas em zonas de guerra, número que escancara a brutalidade crescente em diversos conflitos ao redor do mundo.
Segundo o relatório, 4.676 crianças foram assassinadas e outras 7.291 ficaram mutiladas, muitas com sequelas permanentes. O uso de munições explosivas, minas terrestres, dispositivos improvisados e resíduos explosivos de guerra foi apontado como o principal fator dessas tragédias. Ataques a escolas e hospitais, que deveriam ser zonas de proteção, contribuíram significativamente para o aumento do número de vítimas.
Violência sistêmica e múltiplas formas de violação
Além das mortes e mutilações, o documento aponta outras formas de violência:
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Negação de acesso humanitário: 7.800 crianças afetadas
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Recrutamento e uso de menores por grupos armados: cerca de 7.500 casos
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Sequestros: mais de 4.500 ocorrências registradas
“Crianças foram mortas e mutiladas em números alarmantes, muitas vezes com incapacidades permanentes, devido ao uso de armamentos explosivos e ao fogo cruzado entre as partes em conflito”, destaca o relatório.
Responsabilidade de governos e grupos armados
Embora grupos armados não estatais sejam responsáveis por cerca de 50% das violações registradas, o documento ressalta que forças governamentais lideraram os índices de mortes, mutilações, ataques a instituições civis e bloqueio do acesso humanitário.
O relatório da ONU reforça a necessidade urgente de intervenção internacional, proteção das populações civis e responsabilização dos autores dessas violações sistemáticas dos direitos humanos das crianças.