O preço da gasolina e dos ovos de galinha foram os principais fatores que pressionaram o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) em março. O indicador, considerado a prévia da inflação oficial do país, registrou alta de 0,64% no mês, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (27/3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os grupos de Alimentação e bebidas (1,09%) e Transportes (0,92%) foram os principais responsáveis pela elevação do índice, representando juntos cerca de dois terços do total.

Impacto dos combustíveis

No grupo dos transportes, os combustíveis registraram alta de 1,88%, com destaque para a gasolina (1,83%), que teve o maior impacto individual no mês, adicionando 0,10 ponto percentual ao índice. Também apresentaram elevação os preços do óleo diesel (2,77%), etanol (2,17%) e gás veicular (0,08%).

Alimentação pesa no bolso

O grupo de Alimentação e bebidas também registrou aumento expressivo, com a alimentação no domicílio subindo de 0,63% em fevereiro para 1,25% em março. O maior destaque foi o ovo de galinha, com uma alta significativa de 19,44%. Outros produtos também tiveram elevação, como tomate (12,57%), café moído (8,53%) e frutas (1,96%).

A alimentação fora do domicílio também teve aumento, passando de 0,56% em fevereiro para 0,66% em março. A alta da refeição subiu de 0,43% para 0,62%, enquanto a do lanche desacelerou de 0,77% para 0,68%.

O que é o IPCA-15?

O IPCA-15 difere do IPCA, que mede a inflação oficial do país, na abrangência geográfica e no período de coleta. O indicador é calculado com base em informações coletadas entre o dia 16 do mês anterior e o dia 15 do mês de referência, funcionando como uma prévia do IPCA.

A pesquisa considera os gastos de famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as seguintes regiões metropolitanas: Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador, Curitiba, Brasília e Goiânia.

Tendência de alta

Em fevereiro, o IPCA-15 já havia apresentado uma aceleração em relação a janeiro (0,11%), ficando em 1,23% no mês. A nova alta de março reforça a pressão inflacionária nos preços de bens e serviços, principalmente nos setores de alimentação e transportes.