KIEV — Em um movimento simbólico e estratégico, os chefes de governo da França, Alemanha, Polônia e Reino Unido desembarcaram neste sábado, 10, em Kiev, capital da Ucrânia. A visita inédita, realizada em meio à guerra que já se arrasta por três anos, reforça os apelos internacionais por um cessar-fogo imediato de 30 dias, com o objetivo de viabilizar futuras negociações de paz com a Rússia.

Recebidos pelo presidente ucraniano Volodmir Zelenski na estação central de trens, os líderes europeus participaram de uma cerimônia na Praça da Independência, onde prestaram homenagem aos soldados ucranianos mortos em combate. O ato também marcou os 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial — reforçando o simbolismo do momento e a urgência por uma solução diplomática.

A viagem marca a primeira visita oficial do novo chanceler alemão, Friedrich Merz, à Ucrânia, e representa a primeira vez que os quatro países realizam uma missão conjunta no território ucraniano.

Em uma declaração conjunta, os líderes reiteraram seu apoio à proposta apresentada pelos Estados Unidos em março — já aceita por Kiev — para um cessar-fogo de 30 dias. “Reiteramos o nosso apoio aos apelos do presidente Trump por um acordo de paz e apelamos à Rússia para que pare de obstruir os esforços por uma paz duradoura”, disseram.

O Kremlin, no entanto, tem resistido à proposta, condicionando a trégua a termos mais favoráveis aos seus próprios interesses. Ainda assim, a pressão internacional aumenta. “Junto com os Estados Unidos, pedimos que a Rússia aceite um cessar-fogo total e incondicional de 30 dias, criando as condições necessárias para negociações de paz”, reforçaram os líderes europeus.

O assessor presidencial ucraniano Andrii Yermak comentou a chegada da comitiva por meio do Telegram: “Há muito trabalho, muitos temas a discutir. Precisamos encerrar esta guerra com uma paz justa. Precisamos forçar Moscou a aceitar um cessar-fogo.”

Ao final do dia, os líderes participarão de uma reunião virtual, ao lado de Zelenski, com outros chefes de Estado. O encontro deve discutir os próximos passos na formação de uma “coalizão de interessados” — grupo internacional que apoiará as forças armadas ucranianas no pós-guerra e poderá até enviar tropas para garantir a implementação de um futuro acordo com a Rússia.

Da redação: CNB