Chegada do Mounjaro em Bauru gera corrida às farmácias: "remédio do momento" promete saciedade e emagrecimento
O Mounjaro, medicamento originalmente indicado para controle do diabetes tipo 2, está movimentando as farmácias de Bauru desde o último domingo (4). Apontado como uma alternativa mais potente ao famoso Ozempic no auxílio à perda de peso, o remédio virou febre entre consumidores — e mal chegou aos estoques, já começa a faltar.
Redes de farmácias locais confirmam que unidades das versões de 2,5 mg e 5 mg estão praticamente esgotadas. Algumas iniciaram pré-venda ou abriram listas de espera com previsão de reposição para os próximos dias. A procura é impulsionada pelo efeito de saciedade que o medicamento provoca, o que pode ajudar pacientes a manter uma alimentação mais equilibrada.
Apesar do alto custo — o pacote com quatro seringas de 2,5 mg ultrapassa R$ 1.400 — a demanda não foi contida. A aplicação é semanal, e o uso, segundo especialistas, deve estar sempre associado a mudanças no estilo de vida.
“Ele sinaliza saciedade e ajuda o paciente a seguir um plano alimentar. Mas sozinho, não resolve”, alerta o endocrinologista Gregório Lima de Souza, da Unimed. “A base continua sendo reeducação alimentar e atividade física.”
Por enquanto, o Mounjaro ainda pode ser adquirido sem receita médica. No entanto, a partir do próximo mês, a compra só será permitida com prescrição em duas vias — uma delas ficará retida na farmácia. A exigência, determinada pelas autoridades de saúde, visa frear o uso indiscriminado por pessoas que não se enquadram nos critérios médicos de obesidade ou diabetes.
Outro diferencial do Mounjaro é sua ação dupla sobre hormônios que regulam a saciedade e o metabolismo, o que explica os resultados mais expressivos observados em alguns pacientes. Mesmo assim, os efeitos colaterais são semelhantes aos de outros medicamentos da mesma classe: náusea, vômitos, refluxo e constipação podem ocorrer, especialmente quando o uso não é orientado por um médico.
“São efeitos muito individuais. Pode parecer mais leve para alguns, mas não dá para afirmar isso como regra”, reforça o endocrinologista.
A duração do tratamento também varia: em alguns casos, o remédio pode ser suspenso após mudanças bem-sucedidas no estilo de vida. Em outros, o uso pode ser prolongado, sempre com ajustes feitos por um profissional de saúde.