Crise no INSS prejudica estratégia de recuperação da popularidade de Lula, que busca alternativas para conter desgaste
O escândalo envolvendo o INSS e a iminência da instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o caso provocaram uma mudança de rumo no Palácio do Planalto. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que projetava 2025 como “o ano da colheita” — período de entrega de resultados e fortalecimento político —, agora enfrenta um revés que compromete sua estratégia de recuperação de popularidade. A reportagem é do jornal “O Globo”.
Pesquisas internas já vinham apontando que as denúncias de fraudes em aposentadorias frearam a tentativa de reconquistar a aprovação do eleitorado. A possível criação da CPI tende a desviar o foco da articulação política e do núcleo central do governo, justamente em um momento em que o Planalto precisa acelerar a tramitação de projetos prioritários no Congresso — onde, até agora, os avanços têm sido limitados.
Na última sexta-feira, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, alertou que a CPI poderia atrasar o ressarcimento às vítimas do esquema, reforçando a preocupação do governo com o impacto político da investigação.
A instalação da comissão pode representar meses de exposição negativa, com ministros convocados para depor e o surgimento de novas revelações, enquanto a Polícia Federal continua as investigações.